terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Feito agora.

Numa madrugada silenciosa acordei suando por ter tido um pesadelo. Abri a janela e vi que as estrelas ainda choravam lá do céu. Alonguei os braços e sentei-me no chão, um cheiro suave de perfume infantil invadiu meus pulmões. Eu inspirava criança e expirava nostalgia. Peguei fotos velhas e espalhei pelo chão, li no fundo de cada foto: Claire. Era eu. Mas, afinal, para quê rever essas fotografias? As lágrimas sempre invadem minha face quando as vejo. Fechei a caixa e guardei-a no alto de meu roupeiro. Peguei o violão e toquei baixinho uma serenata antiga. O mensageiro-dos-ventos feito de pedra balançou-se com a brisa leve que a madrugada clara trazia. O sono voltou aos meus olhos mas eu não quis dormir. Peguei um lápis e comecei a escrever na parede toda palavra que vinha à minha cabeça. Finalmente o dia amanheceu, decidi então deitar-me novamente e dormir, afinal, as olheiras já tinham deixado claro que eu não dormia há dias. Adormeci. Em meus pesadelos constantes eu sempre via a Sol, mas dessa vez só vi o céu azul. Me perguntei: Onde está o Astro Rei? Então finalmente percebi que não era mais um pesadelo, era um sonho, no qual, depois de tanto tentar entender porque o Sol havia sumido, descobri que a luz que iluminava aquele dia lindo vinha dos meus olhos. As borboletas vieram e me levaram com elas. O Sol então nunca foi quem eu pensava que fosse, era só o medo de por pra fora as ideias insanas de minha cabeça semi-oca. Ao acordar pela segunda vez nesta mesma data, notei que as palavras que eu havia escrito na parede tinham desaparecido. Elas se pôram junto com o Sol. E meus pesadelos também.

(Isso foi altamente insano, faça uma limpeza mental após ler esta bosta :) Obrigada pela atenção.)